Microcontos

Ano novo é uma época tão linda do ano... As pessoas até esquecem que eu matei brutalmente meu marido há poucas semanas...

Comprei um bichinho de pelúcia na deep web e é a melhor compra que eu poderia ter feito. Mas por que ele sussurra no meio da noite?

Sempre coloque seu endereço real naqueles formulários de “contato” dos hospitais. É assim que nós descobrimos onde moram as pessoas com os rins saudáveis para vender...

Aquele demônio, em um ato profano de escárnio, arrancou sua própria carne e empurrou violentamente para dentro da boca do padre, enquanto blasfemava em escárnio à fé apostólica. Nunca me esquecerei daquela cena hedionda. Que Deus me perdoe...

Nem a sombra mais escura de toda a criação seria capaz de ocultar minhas mãos como as sombras daquele dia. Esta é a anti-luz, no mundo invertido, e eu estou eternamente preso nela...

Quando um apocalipse zumbi começa, você geralmente não se imagina do lado dos zumbis, não é mesmo?

Um anjo do Senhor veio a mim há vinte anos atrás e me deu um livro. Através deste livro, converti milhões para minha nova fé, enriqueci muito e garanti o futuro de toda a minha descendência. Mas uma coisa me incomoda desde aquele dia: por que o anjo do Senhor tinha dois cascos vermelhos no lugar dos pés?

Para alguns, no Natal, quem vem é o Papai Noel, enquanto, para outros, é o Krampus . Digo isso porque eu tive azar, e agora estou preso em um saco, com as duas pernas quebradas, prestes a virar ensopado. Comporte-se...

Hereges, hereges. Todos hereges. A eles darei o fogo ou a espada. Quando os olhos cheios de terror deles se encontram com os meus, o prazer beira ao divino. Queimem, hereges...

Eu não queria ter visto como são feitos os bolinhos de carne daquela confeitaria, mas pelo menos agora eu sei o motivo pelo qual os mendigos estão desaparecendo...

Eu sempre quis poder ver o futuro. Agora, eu só queria poder esquecer o que eu vi...

Meu marido anda fazendo lanchinhos de madrugada e isso me preocupa. Como eu vou explicar aos vizinhos o porquê dos animais deles estarem sumindo?

Em meio às cinzas de Carcosa, meu espírito imundo habita, Implorando para com o Rei em meio ao aroma de amanita Me questiono quem sou eu em meio às trevas noturnas Enquanto peço a solitude em meu trabalho como liburna Mas nada pode ser comparado Aos horrores que se passam em Carcosa